quarta-feira, 22 de julho de 2009

APRECIAÇÃO CRÍTICA TEÓRICA:LEITURA LITERÁRIA

TEMA: A LEITURA LITERÁRIA
FECHADO, UM LIVRO É LITERAL E GEOMÉTRICAMENTE UM VOLUME, UMA COISA ENTRE OUTRAS, QUANDO UM LIVRO É ABERTO E SE ENCONTRA COM O SEU LEITOR, ENTÃO OCORRE O FATO ESTÉTICO. DEVE-SE ACRESCENTAR QUE O MESMO LIVRO MUDA EM RELAÇÃO A UM MESMO LEITOR, JÁ QUE MUDAMOS TANTO.(BORGES,1987)
● A IMPORTANCIA DO LEITOR
O leitor e a leitura tornam-se hoje, objetos de reflexão teórica, até mesmo no interior do próprio texto literário.
O pólo da leitura, fluido e variável, configura-se no espaço potencial indispensável no processo de compreensão da criação artística de qualquer natureza quer essa se manifeste como texto verbal ou não. Por meio da leitura dá-se a concretização de sentidos múltiplos, originados em diferentes lugares e tempos.
A leitura em todos os tempos teve a sua importância para a inter-relação entre povos e conhecimento do mundo, no entanto o que antes era fixo, fechado, se amplia dando espaço de dimensões múltiplas, variações de interpretações, cada leitor com um olhar diferente sobre cada autor, cada obra da qual participe.
As obras literárias como defendeu Umberto Eco, em seu famoso livro "Obra Aberta" não devem ser estudadas, interpretadas como cristais, como estruturas fechadas em suas relações internas, atualmente nós leitores correspondemos a essa tese quando não nos limitamos a leitura em um campo isolado (obra-leitor), mas quando possibilitamos a participação de interlocutores no processo aberto de interpretações, opiniões e visões diferentes em cada ângulo em que o texto se apresenta.
QUE LEITORES SOMOS
Não só a leitura resulta em interações diferentes para cada um, como cada um poderá interagir de modo diferente com a obra em outro momento de leitura do mesmo texto. É da troca de impressões, de comentários partilhados, que vamos descobrindo muitos outros elementos da obra.
Às vezes nesse diálogo mudamos de opinião, descobrimos uma outra dimensão que não havia ficado visível num primeiro momento. Quando assistimos um a filme ou a uma peça de teatro, é comum termos opiniões diferentes, e essa socialização do entendimento nos completa e nos consagra como leitores .
É importante que a escola trabalhe com essa formação de leitores, criando meios para que os alunos tenham uma disponibilidade maior de tempo para a leitura individual, silenciosa, mesmo assistindo filmes interessantes, possibilitando ao menos a particularidade de seus leitores, com apreciações individualizadas sobre personagens, narradores, enredo, e valores, o objetivo claro, compartilhar impressões sobre e texto lido ou assistido faz a grande diferença na vida do leitor.
Umberto Eco identifica dois tipos básicos de leitores, "O primeiro é a vítima, designada pelas próprias estratégias enunciativas, o segundo é o leitor crítico, que ri do modo pelo qual foi levado a ser vitima, designada pelas próprias estratégias enunciadas" (ECO, 1989,p.101).
Na minha reflexão, entendo que leitores críticos são aqueles que vão mais além do que apenas conhecer o enredo e com essa visão adquirem a enorme liberdade de percorrer um arco maior de leituras, o que faz toda diferença. Qual o perigo de sermos apenas leitores vitima? Consumirmos obras que busquem agradar a um maior número de leitores, aquela literatura voltada para o consumo de que falamos, desprovida de potencial de reflexão, que apenas confirma o que já sabemos, saciando nossa necessidade mais imediata de fantasia apenas.
FORMAÇÃO DO LEITOR CRÍTICO NA ESCOLA
E na escola? Que leitor formar? Essa é a pergunta crucial que educadores vêm discutindo e tentando corresponder efetivamente em suas praticas pedagógicas.
O objetivo maior ao qual almejamos é formar para gosto literário, conhecer a tradição literária local e oferecer instrumentos para uma penetração mais aguda nas obas, de certo supõe-se percorrer o arco que vai do leitor vitima ao leitor critico. Tais objetivos são, portanto inteiramente pertinentes e inquestionáveis, mas questionados deve ser os métodos que tem sido utilizado para esses fins. Infelizmente a nossa realidade ainda é bem diferente na questão da formação de leitores críticos em nossas escolas, sabe-se que essa tarefa é bastante difícil principalmente sendo lançada para jovens adolescentes, o comodismo e a falta de compromisso de muitos professores dificultam ainda mais a mudança no âmbito da escola.
O desafio será levar os jovens aos mais diversos gêneros textuais e obras literárias que ofereçam um padrão lingüístico próximo de sua linguagem cotidiana sua realidade pessoal e que possam sentir-se motivados a leitura não como pretexto para realizar exercícios escolares enfadonhos, mas que o aluno se reconheca como leitor e encontre nisso prazer, impressões de leitura com os colegas e com os professores e que se tornem necessárias as praticas de leitura na vida escolar.
Biografia:
Linguagens, códigos e suas tecnologias,
Secretaria de educação básica – Brasília
Ministério da educação.
Comentário:Socorro David














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